Com a Crise Económica que Sindicalismo?
Por Antonio Chora
"Hoje, vemos que apesar de passarem mais de 4 meses sobre o começo da crise, os sindicalistas continuam a escudar-se na salvaguarda de postos de trabalho (lindas palavras), sem contribuírem com soluções, continuam a utilizar a bandeira do combate pós-despedimento, em vez de apresentarem propostas para manter o emprego, e quando outros optam pela defesa do emprego, acusam-nos de cedência."
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No país vizinho, tal como em muitos outros na Europa, os sindicalistas preocuparam-se também com as questões de cariz social, criando cooperativas de habitação, creches, lares da 3ª. Idade, apostando na formação e nos mais variados apoios sociais.
Hoje, confrontados com a crise, os seus filiados tem mais direitos, mais apoios e nem todos são da responsabilidade dos Governos.
Em Portugal não vemos esta actividade, essencialmente porque os sindicatos se desviaram dos seus primórdios fundadores (o mutualismo) e se transformaram na maioria dos casos em apêndices dos partidos políticos, calendarizando as suas lutas e ou submissões, conforme os interesses destes.
O mundo mudou, as indústrias mudaram, e os Sindicatos têm que mudar. Foi assim em boa parte do mundo, mas em Portugal, no sindicalismo, como nas associações patronais, ficámos agarrados ao passado.
O Patronato manteve-se o mais retrógrado de toda a Europa, os Sindicatos os mais marcados ideologicamente pelo sistema sindical que implodiu com o dito socialismo real do Leste.
Os Sindicatos desculpam-se e dizem que se adaptar é ceder, então mais vale continuar retrógrado.
Mas o problema não é esse, o problema é encarar de frente os novos sistemas de trabalho, a flexibilidade, as novas polivalências, as novas profissões, os novos horários de trabalho respeitando as cargas de trabalho, no principio de que deve ser o trabalho a adaptar-se ao homem e não o contrário."
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