Escrever o que me der na real gana, sempre com a máxima parcialidade, sem ter que dar satisfações a ninguém, é o objectivo deste blogue. Não Gostam? Têm bom remédio...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A Qimonda pariu um Nanium.


Durante toda a manhã de hoje, a TSF, não se cansou de noticiar a "solução" encontrada pelo Estado para a Qimonda, abrindo todos os noticiários com este folclore, prolongando o destaque da notícia por períodos superiores a 10 minutos. Pelos microfones da rádio, passaram uma série de personalidades, com destaque para o Presidente da AICEP, Basílio Horta, e Daniel Bessa, futuro Presidente da Assembleia Geral da Nanium.

Convém lembrar, que no seu período aureo a Qimonda empregava 1800 pessoas e era o maior exportador nacional. Quantas pessoas vai empregar a Nanium? 380. Qual o peso previsto nas exportações portuguesas no futuro? Ninguém sabe, uma vez que, nem sequer se sabe em que mercados vai actuar, estando toda a estratégia dependente da nova equipa de gestão (palavras de Daniel Bessa).

Quem são os novos accionistas de referência? Adivinhem: Estado, através da AICEP, Caixa Geral de Depósitos e Banco Espírito Santo.

É um bom negócio? Ninguém sabe, na certeza de que é um bom negócio para o governo, que com rádios como a TSF, consegue passar a mensagem, de que salvou uma das empresas mais emblemáticas no panorama industrial do país.

Os mais de 1400 trabalhadores, que para já, ficam de fora da "solução", conhecem a falácia, mas o que é isso interessa, comparado com o efeito provocado pela "Boa Nova" do governo?

Se por cada 380 postos de trabalho criados, houvesse festim como este, qualquer inauguração de um supermercado de média dimensão, passaria a ser tema de abertura de noticiários. Azar para a Sonae Distribuição e Jerónimo Martins, que investem sózinhas, e não são "salvas" pela providência do Governo da República.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O vira-casacas do costume.


Já estamos mais ou menos habituados às mudanças frequentes de opinião de Vital Moreira. Pedro Lomba, lembra bem, neste excelente texto no Público, a opinião que Vital tinha, sobre a pertinência do julgamento político que devia recair sobre Paulo Portas, a propósito do "Caso Moderna", quando este era Ministro da Defesa. Convém lembrar, que Paulo Portas nem sequer chegou a ser arguido, e que os "factos" que mereceriam o referido julgamento político, reportavam a uma época anterior à entrada de Paulo Portas para o Governo.

PS: um tal de Miguel Abrantes, "conhecido anónimo" da blogosfera portuguesa, sobretudo pela sua sabugice e lambebotismo, tem o desplante de classificar o artigo de Pedro Lomba de "intelectualmente desonesto". Vindo de alguém que escreve a coberto de um "nick-name", só pode constituir um elogio para o Pedro Lomba.

Descubra as diferenças.




Não parecem edições do mesmo dia, pois não? Mas são. Para descobrirmos no jornal A Bola, onde está o "destaque" da derrota do Benfica com o Vitória de Guimarães, temos que fazer um exercício do género "Onde está o Wally"? Jornalismo desportivo no seu melhor.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Há coisas que não vale a pena discutir, sobretudo quando sabemos que vamos perder a discussão.


Hoje, no programa Quadratura do Círculo da Sic-Notícias, António Costa, quando confrontado com arguemtos irrefutáveis por parte de António Lobo Xavier, que colocavam em causa o carácter de José Sócrates, a propósito de este ter mentido no Parlamento, aquando da discussão sobre o negócio Prisa/TVI/PT, resolveu responder:

- quando a discussão atinge o ponto em que se avalia o carácter das pessoas, eu recuso-me a participar nela.

Uma forma airosa, sem dúvida, de fugir ao óbvio, já que quem estava em causa, era o seu amigo Zé.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Onde é que andam os "profissionais da indignação"*, perante a barbárie?


Na Somália, foi ontem condenada à morte por lapidação, e sumariamente executada, perante uma turba de 200 selvagens, uma mulher de 20 anos, acusada de adultério. Note-se, que esta mulher já estava divorciada, quando cometeu o "crime", e que o seu "cúmplice" teve como castigo, 200 vergastadas. (ver notícia completa no link abaixo)

"A 20-year-old woman divorcee accused of committing adultery in Somalia has been stoned to death by Islamists in front of a crowd of about 200 people."

Estranhamente, não se ouviram os ecos desta barbárie, nos vários meios de comunicação, sempre tão lestos a manifestar a sua indignação, quando o assunto é: atentantados aos direitos humanos. Imaginemos , por absurdo, que algo semelhante acontecia em resultado da aplicação de leis ou preceitos religiosos, no seio de comunidades cristãs ou judaicas. Estão a imaginar o que acontecia, não estão? Quantas capas de jornais, aberturas de telejornais, destaques em blogues, mereceria a notícia?

O facto de ter acontecido na Somália, será razão para algum tipo de desvalorização? Só por paternalismo ou racismo encapotado, isto pode ser desvalorizado. Ou ainda , pelo medo de chamar os bois pelos nomes e dizer que o que aconteceu foi a aplicação de uma coisa chamada Sharia.

* Expressão usada pelo Pedro Correia aqui , e copiada por mim.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Custou, mas já lá estamos.


Casamento homossexual? Não, obrigado.


Só para que conste: depois do que tenho vindo a assistir, em torno da discussão do casamento homossexual, em que por parte dos defensores do SIM, têm sido sistematicamente revelados sinais de absoluta intolerância em relação a quem pensa o contrário, dissipei definitivamente as minhas dúvidas. Como sou, por natureza, defensor de valores como a tolerância e respeito pela opinião contrária, só me resta colocar-me do lado dos "tacanhos, retrógrados e homofóbicos" deste mundo (sim, são estes alguns dos piropos com que são brindados,  aqueles que põem em causa, ou não concordam com o casamento gay). A causa do NÃO ganhou mais um militante. Sei que não interessa muito, mas aqui fica o registo.


Uma questão de honra - Por Mário Crespo.


Não resisto a copiar para aqui, na íntegra, uma crónica de Mário Crespo no JN. Pelo seu teor, imagino que, mais dia, menos dia, Mário Crespo seja corrido pelo "amigo Joaquim". É só um palpite.


"Mark Felt foi um daqueles príncipes que o sólido ensino superior norte-americano produz com saudável regularidade. Tinha uma licenciatura em Direito de Georgetown e chegou a ser uma alta patente da marinha dos Estados Unidos. Com este formidável equipamento académico desempenhou missões complexas no Pentágono e na CIA.
Durante a guerra do Vietname serviu no Conselho Nacional de Segurança de Henry Kissinger. Acabou como Director Adjunto do equivalente americano à nossa Polícia Judiciária. Durante vários anos foi Director Geral interino do FBI. Foi nesse período que Mark Felt se tornou no Garganta Funda. Muito se tem escrito sobre as motivações de um alto funcionário do aparelho judiciário americano na quebra do segredo de justiça no Watergate. Todo o curriculum de Felt impunha-lhe, instintivamente, a orientação clássica de manter reserva total sobre assuntos do Estado. Hoje é consensual que Mark Felt só pode ter denunciado a traição presidencial de Nixon por uma razão. Para ele, militar e jurista, acabar com o saque da democracia americana era uma questão de honra. Pôr fim a uma presidência corrupta e totalitária era um imperativo constitucional. Felt começou a orientar em segredo os repórteres do Washington Post quando constatou que todo o aparelho de estado americano tinha sido capturado na teia tecida pela Casa Branca de Nixon e que, com as provas a serem destruídas, os assaltos ao multipartidarismo ficariam impunes. A única saída era delegar poder na opinião pública para forçar os vários ramos executivos a cumprir as suas obrigações constitucionais. Estamos a viver em Portugal momentos equiparáveis. Em tudo. Se os mecanismos judiciais ficarem entregues a si próprios, entre pulsões absurdamente garantisticas, infinitas possibilidades dilatórias que se acomodam nos seus meandros e as patéticas lutas de galos, os elementos de prova desaparecem ou são esquecidos. Os delitos ficam impunes e uma classe de prevaricadores calculistas perpetua-se no poder. Face a isto, há quem no sistema judicial esteja consciente destas falhas do Estado e, por uma questão de honra e dever, esteja a fazer chegar à opinião pública elementos concretos e sólidos sobre aquilo que, até aqui, só se sussurrava em surdinas cúmplices. E assim sabe-se o que dizem as escutas e o que dizem as gravações feitas com câmaras ocultas que registam pedidos de subornos colossais. Ficámos a conhecer as estratégias para amordaçar liberdades de informação com dinheiro do Estado. E sabemos tudo isto porque, felizmente, há gente de honra que o dá a conhecer. Por isso, eu confio no Procurador que mandou investigar as conversas de Vara com quem quer que fosse. Fê-lo porque achou que nelas haveria matéria de importância nacional. E há. Confio no Juiz que autorizou as escutas quando detectou indícios de que entre os contactos de Vara havia faces até aqui ocultas com comportamentos intoleráveis. E, infelizmente o digo, confio, sobretudo, em quem com toda a dignidade democrática e grande risco pessoal, tem tomado a difícil decisão de trazer ao conhecimento público indícios de infâmias que, de outro modo, ficariam impunes. A luta que empreenderam, pela rectificação de um sistema que a corrupção e o medo incapacitaram, é muito perigosa. Desejo-lhes boa sorte. Nesta fase, travam a batalha fundamental para a sobrevivência da democracia em Portugal. Têm que continuar a lutar. Até que a oposição cumpra o seu dever e faça cair este governo"

 Mário Crespo in JN de 16-11-2009.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Pagamento em espécie.


O "amigo Joaquim" não esquece as suas obrigações.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O idiota útil.

Já há algum tempo que estou para escrever alguma coisa acerca deste intrigante comentadeiro, que nos últimos tempos vai pululando por vários orgãos de comunicação social, ora como paineleiro no Eixo do Mal da Sic-Notícias, em que consegue ser claramente o elo mais fraco, façanha improvável, quando desse painel  faz parte Clara Ferreira Alves, ora como comentador no Bloco Central da TSF, e ainda cronista no Diário do Governo (também conhecido como Diário de Notícias). Nunca percebi muito bem esta ascenção meteórica nos nossos média , já que se trata claramente de alguém que para além de uns disparates ditos sempre num tom muito assertivo, tem no seu ar bonancheirão e até simpático a principal característica positiva. O problema é que, ao que parece, este simpático rapaz está nesses programas como representante da "direita moderna", coisa que ninguém consegue descortinar, a não ser com muito boa vontade, ou quando dá mostras do seu empolgamento quando o tema é Passos Coelho.

Hoje, depois de ler isto, não resisti, e resolvi escrever sobre esta luminária. Atente-se nesta sua reflexão:

Então agora aproveitavam-se escutas de uns processos para gerar outros? E pode-se escutar um Primeiro-Ministro sem autorização de um juiz do STJ e sem que se saiba para quê?Mas está tudo doido?

Será que este jovem não percebe, que no âmbito de uma investigação, é possível "tropeçar" numa escuta, e que se dessa escuta resultar a existência de indícios de crime, este deve ser investigado, independentemente de ser o Zé dos Anzóis ou o Presidente da República? Não percebe, que mesmo que tal escuta não possa ser usada como meio de prova, por meras questões processuais, uma vez descortinado um qualquer indício de crime, deve iniciar-se uma nova investigação? Pelos vistos, na cabeça deste "pensador", a substância do que se escuta não interessa nada, mesmo que tal escuta tenha sido obtida de forma perfeitamente legal, já que um dos intervenientes na conversa escutada é suspeito de ter praticado uma série de crimes, decorrendo nesse âmbito, um processo de investigação com mandato judicial.
Que alguns acessores do governo, utilizem um argumentário deste género, não estranho. Vindo de um promissor representante da "direita moderna", só por patetice se pode entender.




segunda-feira, 9 de novembro de 2009

71 anos depois da "Noite de Cristal", um estranho (ou nem tanto) silêncio.


Procurei nos principais diários portugueses online, alguma notícia sobre a  trágica efeméride que se assinala hoje. De todas as pesquisas efectuadas, nem uma pequena referência . Bem sei, que a queda do muro de Berlim, merece hoje as honras de todas as primeiras páginas, mas não deixa de ser inquietante, que algo tão marcante, como a tenebrosa noite em que o Holocausto teve o seu início, não mereça da nossa comunicação social, uma nota de rodapé, sequer.

Para que conste, e com a devida vénia, "roubei" este vídeo do Cachimbo de Magritte.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Boas notícias para começar o fim-de-semana.


Paulo Bento, finalmente tomou uma decisão sensata: demitiu-se.

Mulheres com "eles" bem no sítio.





Não é preciso ter grandes dotes de adivinhação para saber o que terá acontecido a esta Mulher.

Com os agradecimentos ao Corta-fitas, de onde retirei esta imagem, que não resisti a partilhar.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Estou sim? Quem fala?

Pelas minhas contas, isto, dá mais ou menos um telefonema de dez em dez dias.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Venham de lá muitas mais cachimbadas.

Um dos meus blogues favortitos, O cachimbo de Magritte, acaba de competar 3 respeitosos anos. Que continue a fumegar, por muitos e bons anos, são os meus votos.