Durante toda a manhã de hoje, a
TSF, não se cansou de noticiar a "solução" encontrada pelo Estado para a Qimonda, abrindo todos os noticiários com este folclore, prolongando o destaque da notícia por períodos superiores a 10 minutos. Pelos microfones da rádio, passaram uma série de personalidades, com destaque para o Presidente da AICEP, Basílio Horta, e Daniel Bessa, futuro Presidente da Assembleia Geral da Nanium.
Convém lembrar, que no seu período aureo a Qimonda empregava 1800 pessoas e era o maior exportador nacional. Quantas pessoas vai empregar a Nanium? 380. Qual o peso previsto nas exportações portuguesas no futuro? Ninguém sabe, uma vez que, nem sequer se sabe em que mercados vai actuar, estando toda a estratégia dependente da nova equipa de gestão (palavras de Daniel Bessa).
Quem são os novos accionistas de referência? Adivinhem: Estado, através da AICEP, Caixa Geral de Depósitos e Banco Espírito Santo.
É um bom negócio? Ninguém sabe, na certeza de que é um bom negócio para o governo, que com rádios como a TSF, consegue passar a mensagem, de que salvou uma das empresas mais emblemáticas no panorama industrial do país.
Os mais de 1400 trabalhadores, que para já, ficam de fora da "solução", conhecem a falácia, mas o que é isso interessa, comparado com o efeito provocado pela "Boa Nova" do governo?
Se por cada 380 postos de trabalho criados, houvesse festim como este, qualquer inauguração de um supermercado de média dimensão, passaria a ser tema de abertura de noticiários. Azar para a Sonae Distribuição e Jerónimo Martins, que investem sózinhas, e não são "salvas" pela providência do Governo da República.