Escrever o que me der na real gana, sempre com a máxima parcialidade, sem ter que dar satisfações a ninguém, é o objectivo deste blogue. Não Gostam? Têm bom remédio...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A Lebre e a "Política de Verdade".


O que se está a passar com as eleições autárquicas em Oeiras, é bem sintomático do estado a que chegou o país e do maior partido da oposição. Eu explico onde quero chegar.
A reeleição mais do que provável de Isaltino de Morais, é bem reveladora do grau de exigência dos eleitores, em que "a obra", não interessando os meios utilizados para a edificar, se sobrepõe aos valores e princípios éticos que deveriam estar na base de qualquer juízo, acerca do mandato de um político. Ele rouba, mas faz, ponto final. Roubar é crime? É, mas o que é que isso interessa , se a obra é bem visível? É grave isto? Claro que é, mas mais grave ainda, é o tacticismo político do PSD, que encara estas eleições como uma etapa intermédia para tomar o poder nas eleições que hão-de chegar daqui a um ou dois anos.
Considerando Isaltino dificilmente derrotável, o PSD lança uma candidata - Isabel Meirelles - simpática, com boa imagem, mas totalmente inapta para este tipo de batalhas eleitorais, dada a sua evidente inexperiência política. Lançada às feras, deixa os baronetes elegíveis a prazo, confortáveis, sem terem que carregar o estigma da derrota.
Alguém compreende porque razão Manuela Ferreira Leite ou Paulo Rangel, mandatário da candidatura, não tenham estado até agora presentes em qualquer acção de campanha? A este propósito ler aqui, o que Vasco Campilho escreveu. Parece mais ou menos evidente, que nem Ferreira Leite, nem Paulo Rangel, estão dispostos a dar a cara por uma candidatura que para eles não conta, e que ambos sabem, estar condenada ao fracasso. Sendo Oeiras, um dos concelhos mais importantes no nosso mapa autárquico, a ausência dos pesos pesados da máquina laranja, só pode ter uma interpretação: há que começar a preparar já, o sucessor de Isaltino, quando este for parar, onde era suposto já estar agora. Nessa altura, veremos quem é o candidato/a, mas arrisco já um prognóstico: será um dos pesos-pesados do partido.
Tenho pena de não votar em Oeiras, porque quanto mais não fosse, por tudo o que escrevi atrás, o meu voto irria direitinho para a coligação Mais Oeiras. Se ganhasse, seria pelo menos a vitória contra a hipocrisia política, e um enorme embaraço para os "boys" que aguardam na rampa de lançamento a oportunidade certa.

3 comentários:

  1. João, estou contigo. Aqui em Matosinhos por causa de muito do que escreveste vou votar em branco.
    Depois destas eleições vais ter uma biciclete nova e uma pronessa de tripas aqui no Norte.
    Nuno

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  2. Grande Nuno, compreendo perfeitamente a tua opção de voto, que aliás partilho, neste caso, em Lisboa. Quanto á promessa, fica registada. Um grande abraço.

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  3. Vanil/Nuno - 'em branco'?! Não, please, em branco não...
    Então o senhor que lá está não tem feito bom trabalho?
    A mim escreve-me imenso! E eu, já se sabe (ou passa a saber-se também por aqui), adoro que me escrevam, mesmo avisando sobre obras ou recolha de lixo.
    O concelho é limpinho, é bonito à brava, tem progredido, enfim, como não 'apostar' no actual presidente?
    Pergunto eu... (como era óbvio, mas também gosto de escrever... ;)

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